quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quão surpreendente! (poema)


Quão surpreendente foi sonhar
sem dormir,
E perceber que o Sol já coloria as paredes
nos primeiros minutos do dia.

Divagávamos por anedotas da nossa história,
num esforço consciente por nos conhecer.
Queríamos ser íntimos, partilhar nossos
medos, prazeres e recordar melhores momentos.
Queríamos construir novos,
de novo.
Numa história que reciclasse
o que não foi,
para sermos um com o outro.

Dormimos LADOaLADO,
e mesmo estado o real encortinado,
sinto como se nos tenhamos acariciado,
encaixados dentre abraços,
num instinto de zelo
pelos laços que se formavam.

Acordamos e dividimos o pão.
Dei meu queijo, ganhei uma goiabada,
e do pacote de cream-cracker (não comido)
surgiram científicas especulações micro-econômicas
da natureza da bolacha.

Quis ver jatos, marinheiros,
aeronautas e soldados.
E no caminho foi a procurar por
pérgulas, brise-soleils e cobogós
que nos divertimos
... quando o trajeto importa mais
que o destino.

Devassa. Varnhagen. Sub-way. Arteplex...
O "onde" e "o que" já não importavam tanto,
meu "com quem" já era bom o
suficiente.

(Foi intenso) Minha cura.
(Foi rápido) Minha pró-cura.
(Foi verdadeiro) Minha procura.

Desintoxicado, partilhei novamente momentos
com o melhor de mim mesmo,
e tornou-se mais nítido contemplar o nascer
de um "eu" encantado,
Renovado,
Melhorado.

2 comentários:

  1. Nossa, como faz mais sentido após a sua explicação! Genial!

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  2. Foi um belo dia ^^ Interessante a lembrança até dos detalhes matinais, hehe

    Naty

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